Olá, Estamos aqui
para o nosso primeiro radar Comex de 2024 e neste episódio
contaremos com a participação
de nosso parceiro e sempre presente em nossas gravações.
Welber Barral, estrategista de comércio exterior
e sócio da BMJ e também do Rodrigo Lima,
sócio e diretor da Agroicone
Rodrigo possui 20 anos de experiência em negociações relacionadas ao comércio internacional
meio ambiente e desenvolvimento sustentável
no setor agropecuário e de energias renováveis.
E é sobre esse assunto que falaremos hoje.
Barral, Rodrigo.
Bem vindos e obrigada pela presença.
Vamos lá?
Bom dia!
Bom dia!
Bom dia! Prazer.
Prazer. Bom. Bom estar com vocês aqui.
Bom, eu já vou começar falando do nosso assunto preferido do Ouribank.
Que é taxa de câmbio,
que voltou a ficar bastante pressionada nas últimas semanas.
Dólar não para de subir.
Aí já ultrapassou a barreira dos R$ 5,40 e impulsionado
principalmente por questões internas, pra ser mais específica,
pela incerteza que o mercado e os economistas têm com relação
ao cenário fiscal brasileiro.
A gente tem um ambiente de muita incerteza pelo fato
de o governo estar concentrando todas as suas forças
em aumentar as receitas, quando na verdade é uma necessidade
muito grande e enfocar na redução dos gastos.
E aí, nesse sentido, Rodrigo
como que você enxerga que os países podem frear suas ações
de descarbonização, como a transição energética, por exemplo?
Então, Cristiane é
automaticamente conectado
porque toda a agenda de clima exige investimentos, exige financiamento,
exige
dinheiro pra poder fazer transição energética.
A transição da agropecuária, agora de sistemas alimentares
para conservar a floresta, para comprar crédito de carbono.
E a gente está discutindo uma lei que mede a emissão de carbono.
E se você tem uma economia
que está em crise, você freia
movimentos que são necessários para a descarbonização.
A reunião que terminou em Bonn semana passada,
dos órgãos subsidiários da convenção e um dos grandes temas
da agenda desse ano, talvez o maior lá da COP29.
É a nova meta coletiva e quantificada de financiamento
Que é pra,
qual vai ser o novo tamanho do cofre de dinheiro?
Para puxar a agenda climática para frente.
E quais vão ser as fontes de recursos?
E é vísivel, que diante do cenário já político atual de
não só das das duas grandes guerras,
mas além das duas grandes, das outras guerras que acontecem
toda
a questão energética muito evidente na Europa,
o aumento de custo e energia.
E isso pega no bolso do Tax Payer
No final das contas, isso gera, freia
ações que permitem fazer e estimular a transição energética,
por exemplo, que é a principal fonte do problema do aquecimento global.
Então, seguramente
aumento de taxa de juros aí, pensando no Brasil, aqui,
isso impacta certamente ações climáticas.
Aí que os países precisam adotar.
Rodrigo falando disso e pegando um pouco a situação do Brasil,
ontem saiu uma matéria muito interessante.
falando que só para incorporar a inteligência artificial,
o mundo vai precisar de energias de dois Brasis.
É muita alegria.
Enquanto na realidade já estamos atrasados.
O que seria
as ações de transição energética, principalmente quando se considera
as obrigações brasileiras.
Então eu queria abordar um pouco isso, ou seja, nós sabemos
nós como atrasados para fazer uma lei sobre o mercado de carbono.
Nós estamos atrasados também.
Uma série de regulamentações
de incentivos que poderiam ser dados até para atrair investimento no Brasil.
O Brasil pode ser um parceiro extremamente relevante sobre esse tema.
Acho que a Cris quer falar também sobre NDC
sim, sim, eu queria aproveitar, pegar o gancho do Barral.
Aí eu sei que você está acompanhando Rodrigo de perto
a atualização da NDC brasileira que trata sobre as metas e compromissos
de redução de emissão de gases do efeito estufa.
Espera se que o Brasil apresente a sua nova meta
nos anos entre 2031 e 2035,
na COP29 este ano.
E você poderia explicar melhor quais são aí as principais
implicações dessa atualização, por favor?
Claro, claro, com prazer.
Vamos lá.
Vou começar pela Cris.
Depois volto para o Barral.
O Acordo de Paris tem o
processo das contribuições nacionalmente determinadas.
As NDCs, em inglês como cíclicos que os países apresentem.
Depois já tem que apresentar nova
para mais cinco anos e mais cinco anos, como uma forma de você
não ter renegociar um acordo todo a cada x anos que é muito bom.
E a COP no Brasil, ano que vem é o momento de conhecer a nova missão
2031 e 2035.
Então o Brasil quer apresentar na COP desse ano
porque é o país líder sede da Copa do ano que vem.
Tudo eu entendo, do ponto de vista político, esse movimento do Brasil.
A grande questão que me chamou a atenção é o seguinte
a gente precisa criar uma meta
para 2031 e 2035, em 2024 e 2025,
com cenários
que é preciso entender qual é o cenário de crescimento do país
ou nivéis de combustíveis, da oferta de energia, de desmatamento,
de agropecuária?
E eu preciso ter cenários para poder calcular emissões e poder
propor uma nova meta.
E então eu tenho que fazer um trabalho
ex-ante, pensando numa meta lá para a frente, tudo bem.
É assim,
o diferencial do Brasil.
E acho que a gente tem que ser muito cuidadoso enquanto país,
pensando em país e, não em governos
é que a principal ação climática
brasileira até 2030 é reduzir emissões de desmatamento.
Se a gente assume na meta para 2035,
2031, 2035 que desmatamento acabou.
É zero, como está escrito inclusive na atualização da NDC
que o Brasil mandou ano passado.
Na verdade, não foi uma atualização,
foi uma questão de linha de base lá de inventário.
A gente não vai poder contar de 2031 para a frente
com redução de emissão oriunda de desmatamento,
o que faz com que toda a redução de emissões tem que ser feita por quem?
Pelos setores de agropecuária, energia, indústria e tratamento de dejetos.
E isso tem um peso bastante grande na economia.
E, no final das contas, a gente pode resumir essa minha preocupação em
a gente pode ser muito ou muito ambicioso em propor uma meta
e depois não conseguir cumprir essa meta.
E aí eu amarro os setores econômicos e crio peso
e potenciais problemas do ponto de vista da economia.
E o Barral fala, quando ele fala da parte de
de energia para inteligência artificial.
Eu acho que a gente tem um desafio enorme de transição energética
no Brasil, a despeito da nossa matriz energética ser 47% renovável.
Mas a gente não tem custo de energia super competitivo e super confortável,
o que mostra que a gente tem muito a crescer em energias renováveis.
E isso é bom para o consumidor, é bom para o país.
É bom não depender de uma, de uma ou duas ofertas de energia somente.
Isso é bom
para que a gente possa cada vez mais ter várias fontes renováveis,
empresas, negócios, arrecadação de impostos,
Com base nesses novos negócios que se criam
para fortalecer uma agenda de transiçao energética
que também precisa incluir
toda a discussão de descarbonização de óleo e gás,
que é uma agenda importante, a COP de Dubai trouxe isso claramente
o que assim, exige pensar o que significa
descarbonização de óleo e gás e acabar com óleo e gás.
Ou é produzir e reduzir emissões?
É investir cada vez mais em renováveis?
Acho que isso é um ponto que, do ponto de vista muito realista,
que a gente precisa enfrentar no Brasil, por que é uma agenda de desenvolvimento.
Acho que a agenda climática é uma agenda de desenvolvimento e uma
agenda econômica.
A transformação que essa agenda traz cria várias oportunidades.
Então, se a gente for capaz de criar oportunidades
para se desenvolver, reduzindo emissões, o país se desenvolve.
Se a gente for bloquear todos os setores,
porque emite, a gente tem um problema
Rodrigo, quando a gente fala de temas ambientais, há sempre um risco também,
que é a utilização como mecanismo protecionista.
Algumas preocupações, por exemplo, com o CBAM da União Européia
que colocam a taxa de carbono nas importações.
Alguns produtos que afetam o Brasil, como o caso de aço e alumínio.
Não no mercado da União Europeia
há também uma preocupação com as novas leis o desmatamento,
a ideia de que toda cadeia que possa, em algum momento ter passado para o ar
e o desmatamento pode ser bloqueada e nós temos leis da União
Europeia no Reino Unido que estão avançando nesse sentido.
Eu queria que você comentasse isso e também
como é que isso se encaixa no quadro maior de aumento de protecionismo.
Concorda com isso?
Sim, sim.
E eu até queria pegar esse gancho seu Barral,
o Rodrigo.
Ele deu recentemente uma entrevista falando sobre o avanço da extrema
direita no Parlamento Europeu
e no quanto que essas questões podem acirrar
as medidas protecionistas com outros países.
Nesse sentido.
Rodrigo, na sua visão, como isso pode afetar
a relação comercial da Europa com o Brasil?
Eu entendo
que a proliferação de medidas ambientais e rotuladamente de carbono
dentro do ambiental, que agora tudo é clima
e isso é inexorável.
Isso é uma coisa que veio e está aí e não vai sair, não vai sair da agenda.
Imagino eu.
Então, acho que a gente tem que estar preparado
enquanto o Brasil, para navegar nesse universo, a questão de desmatamento.
E para mim isso tá dado, né?
A gente tem hoje o UDR, tem como, Barral falou.
A regulamentação será discutida no Reino Unido e nos Estados Unidos
também.
Você imagina se a China resolve cobrar alguma medida para
fala assim, prove que você não tem desmatamento ilegal.
O que o Brasil faz?
A gente está preparado hoje para mostrar o cara validado, o cadastro
ambiental rural validado, dizendo que não tem desmatamento ilegal
e está tudo certinho?
Não. Por quê?
Porque os Estados ficam aqui,
Esse processo moroso, moroso, moroso, de validação do CAR.
Teve até uma audiência pública recente.
Hoje está tendo outra para tratar da implementação do Código, ou seja,
eu acho que a gente tem que fazer do limão uma limonada.
A gente está pressionado pelas políticas que estão sendo criadas,
mas a gente tem que conseguir provar que não tem desmatamento ilegal
na cadeia produtiva.
Aí o desmatamento legal é uma outra conversa, que é muito mais complicada
por conta do Judiciário, que proíbe inclusive o desmatamento legal.
Agora, o CIBAM
A gente tem o CIBAM
da União Europeia aprovado e dá uma dor de cabeça já
numa fase preparatória para a sua implementação.
Mas tem o CIBAM do Reino Unido em consulta pública
e daqui a pouco tem quatro, cinco, seis medidas de carbono na fronteira.
E isso mostra efetivamente a fragmentação de medidas de carbono,
cada uma com um desenho, com uma metodologia, com uma forma de de
de gatilho de calcular isso do ponto de vista de regulamentação,
de comércio é péssimo porque
e mostra que a Organização Mundial do Comércio
perdeu o bonde, assim de tentar regular o assunto.
Apesar de estar discutindo muito,
eu tive na OMC num evento sobre UDR,
onde tenta se discutir como que a OMC pode ajudar a fazer o comércio
ser parceiro das ações climáticas e evitar barreiras ao comércio.
A lei
de mercado de carbono brasileira, o futuro mercado de carbono
pode ser útil para evitar ter que pagar
para entrar na União Europeia por conta de.
Mas tudo vai depender
de qual vai ser o formato da nossa lei
e de quais atores vão ser regulados e qual vai ser o preço de carbono.
Isso é complexo porque cada desenho,
cada medida vai ter um formato e vai ter que entender se a gente.
Consegue com a nossa lei, fugir de ter que pagar ou não.
Agora que eu acho que é importante dizer aqui o Brasil,
com o tamanho que tem e com
a força que tem na agenda de produção de produção sustentável,
ter uma lei e ter um mercado de carbono, para mim
é algo super relevante diante do desenho geopolítico
que se tem nessa agenda e diante do objetivo do país de estimular, via
uma precificação que você vai apertar certos setores, fazer reduzir emissões.
Mas não vou baixar a emissão e vou ter o mercado de carbono.
E aí a gente tem que definir essa lei da forma mais robusta possível
para estimular a redução de emissões
e estimular a geração de créditos de carbono aqui dentro
e que podem ser conectados inclusive com o artigo sexto
do Acordo de Paris, que é uma outra discussão
da integração do futuro mercado regulado nacional
com o mercado internacional, porque a grande demanda vem de fora
e acho que a gente está pecando nisso por enquanto,
enquanto país, espero que a gente evolua nisso
até a COP no Brasil para poder já mostrar alguma coisa.
E agora o protecionismo ele vai continuar.
É aí mesmo.
Mesmo que a extrema direita ganhe alguns países na Europa
e eles pisem pouco no freio, com algumas estratégias lá dentro
do Green Deal, eles vão continuar, continuar
usando a agenda verde com protecionismo, e isso eu tenho certeza absoluta.
Eu deixo explanar um pouco esse ponto aí
do Brasil querer ser protagonista de toda a discussão
sobre agenda climática, sobre transição energética.
O Brasil tem condições geográficas de ser esse
protagonista, mas institucionalmente o Brasil não tem
uma lei de mercado de carbono
A gente tem avançado do que é um mercado
voluntário.
Você tem várias iniciativas de mercado voluntário, mas falta
o mercado, o mercado regulado.
Você poderia, inclusive, facilitar acordos internacionais
nessa questão de investimento
relacionados a crédito de carbono.
Você acha que o PL, que está hoje no Congresso atende disso?
Quais são algumas críticas que você poderia ter
a esse PL
e você Cris, quer comentar
complementar sobre esse ponto.
Eu acho que,
aproveitando o que você comentou, Barral,
o Rodrigo poderia explicar para a gente também se tem
algum setor, quais são
na verdade os setores que poderiam aqui no Brasil,
que poderiam mais se beneficiar com esse processo da descarbonização?
E quais são os setores que podem,
eventualmente, ter algum impacto negativo também?
A gente precisaria avaliar essas questões também.
Então, de novo,
eu reforço que eu não vejo dentro
dessa geopolítica multilateral a ideia de desenvolvimento sustentável
e que o Brasil possa não ter um mercado cap and trade
porque se não for ter um cap and trade, vai ter taxação.
E a taxação já foi ventilada dentro dos governos anteriores.
E todo o Ministério de Economia ou Fazenda adora taxação
porque é uma fonte de recurso cativa.
Eu acho que isso não é inteligente do ponto de vista econômico,
é estimular a descarbonização dentro dos setores econômicos.
Então a gente vai ter que entrar
bem. Então, tudo bem.
A lei, pelo menos a última versão que eu tenho,
que eu sei que não é a última, que já tem uma versão nova aí
negociada com o governo e alguns senadores e deputados.
Mas assim, são detalhes que estão sendo alterados.
Eu acho que a lei ela é boa, tá a estrutura dela, mas assim
a lei não deixa claro
quais são os setores que vão ter a meta
que ela fala que emitiu acima 25 mil toneladas de Co2 equivalente ao ano,
vai ser elegível para ter cumprimento, bater meta.
Mas o plano de alocação que vai definir
então a regulamentação da lei, para mim,
ela vai ser muito mais relevante para entender
de forma transparente quem vai ter meta e aí definir
como é que vai funcionar as licenças de emissão,
quanto de crédito vai poder
comprar a metodologia, porque isso é muito importante.
Assim, a meu ver, dentro da lei, isso vai vir na regulamentação.
O órgão gestor, que não está definido também com clareza,
ele é que vai depender da regulamentação.
A lei fala que vai ter o órgão gestor e vai ter um órgão deliberativo
e um comitê lá, que vai ter setor privado, academia.
Um conselho, salvo engano.
Quem vai aprovar a metodologia
que vai poder gerar um crédito aceito no sistema é o órgão gestor
vai poder pegar uma metodologia de mercado voluntário e validar aqui.
A Embrapa vai criar uma metodologia de agropecuária
e aprovar nesse órgão gestor e Agropecuária
vai poder gerar crédito.
Se não, não vai poder.
É uma coisa que.
Então isso me chama a atenção
do ponto de vista da regulamentação, eu entendo que tem que ser tratado, no
em sede de regulamentação, mas uma coisa que me chama atenção da lei.
Eu não gosto.
Essa briga,
essa disputa que se criou entre Estados,
União e setor privado
com projetos florestais
Reed+ para, Redd+ virar Offset
Redd+ a redução de emissões por desmatamento
e degradação, que é projeto florestal
e isso ser aceito dentro do sistema brasileiro
do SPCE e tudo bem.
Eu entendo que Redd+
faz sentido você ter certos tipos de projeto, Redd+, Offset e mercado.
Tudo bem, eu concordo,
mas se o Brasil for, se o Brasil se vender
como o país que é o país dos créditos florestais
e não tem crédito de biometano, não tem tratamento de dejeto,
não tem de de energia renovável, não tem de agropecuária.
A gente dá um tiro no pé porque a nossa meta de neutralidade até 2050
é se eu vou reduzir cada vez mais o desmatamento,
quem vai ter que reduzir emissões são os outros setores.
Então é a lei de mercado de carbono.
O mercado de carbono brasileiro.
Tudo bem, ele vai considerar a floresta, mas isso tem que ser uma fatia.
Quero saber das outras porque eu estou pensando no longo prazo
e estou pensando nos setores que vão reduzir emissões,
que vão desenvolver projetos, vão reduzir emissões
e, em alguns casos, vão poder gerar créditos de carbono,
que precisam ser conectados ao mercado internacional também.
E de novo, eu volto a importância do Brasil
trabalhar essa integração com o artigo sexto do Acordo de Paris.
E aí tem um erro na lei para mim.
Que se fala assim que, a licença de emissão
o Certificado Brasileiro de Emissão, que é a licença de emissão
que não for
utilizada por um operador que seja regulado,
vai poder ser vendida como itimo que é a transferência internacional
de resultados de mitigação dentro de um acordo cooperativo,
que é o mecanismo do artigo 6.2 do Acordo de Paris.
Licença de emissão não é um resultado de mitigação
que aconteceu verdadeiramente.
É um papel que o Governo
dá para o Barral, dizendo Barral você pode emitir uma tonelada.
E isso veio do texto do Senado, veio no texto do Congresso e continua na lei.
Isso para mim é vergonhoso, porque isso é uma moeda válida no seu sistema.
A Suíça não
vai comprar uma licença do Brasil porque não é resultado de mitigação.
É só ler
a decisão de Glasgow lá do artigo 6.2, que a gente entende que é um mitigation outcome.
Ponto.
Então eu acho que tem.
Tem pontos muito importantes do projeto,
mas eu ainda sinto que que o projeto
está sendo muito.
Voltado para a floresta
e para vamos vender floresta
internamente e para o mundo,
sendo que uma coisa curiosa
nas negociações e lá em Bonn, voltou isso semana retrasada, ano passado.
O Brasil não aceita offset de florestal no artigo sexto.
Então qualquer offset florestal que for elegível dentro do nosso sistema
não vai poder ser exportado, porque o Brasil não aceita.
Vai poder ser no mercado voluntário e no mercado voluntário.
Já pode.
Então, acho que a gente tem que ser muito,
muito esperto.
Não esperto de espertão, Mas tem que ser muito estratégico
do ponto de vista de qual mercado a gente quer criar.
Pensando numa meta de neutralidade, porque
se a gente ficar abraçado com a floresta e dizer que é só a floresta
e o Brasil é só isso, eu acho que a gente dá um tiro no pé
diante do
desafio de fomentar a neutralidade climática
e mercado de carbono é importante para a neutralidade climática.
Então acho que isso é um tema mega importante.
Advertência muito importantes.
Eu espero que que chegue ao Congresso, mudando um pouco de assunto.
A uma preocupação das instituições financeiras
Participar não só do mercado de carbono, mas também de uma preocupação
genuína, muitas vezes de financiar projetos que tenham impactos positivos.
O Ouribank, tem uma preocupação muito particular nesse sentido
o que você pode comentar sobre o papel das instituições financeiras
e oportunidades, inclusive até aqui nós temos muitos,
muitos ouvidos aqui que são, que vêm do mercado financeiro.
Então, Barral como eu falei no início,
toda agenda climática e econômica tem.
Então, quando se discute essa
nova meta de financiamento, um dos temas é, bom
as fontes de recursos não vão ser só doação de país rico,
porque os países ricos não querem doar e já tem os 100B não doaram.
O estudo do OCDE já coloca um monte de financiamento de banco multilateral
e já está provando que quase cumprir a meta de 100 bi
porque tem um monte de financiamento lá.
Bom, então pera aí.
Um dos possíveis pedaços da decisão da nova meta de financiamento
lá de Baku vai ser fontes de financiamento.
Bom, bancos privados
operam um banco privado
rotulado no financiamento para clima.
Sim, isso aí vai vir.
E aí eu acho que tem.
Tem um desafio interno de como
os bancos e os investidores vão rotular
e vão ter financiamentos
para fomentar essa transição energética, por exemplo,
para fomentar a agropecuária de baixo carbono, por exemplo.
O meu ponto em relação a essa, a essa,
essa questão é o seguinte os bancos
têm lá as suas carteiras, querem ter suas carteiras,
seus projetos climáticos, bancos, adotando metas de neutralidade.
Depois tem que ver o que a gente vai fazer
dentro de casa para poder estimular isso
o ponto para mim é, todo mundo está agindo.
Mas qual vai ser o diferencial?
Porque se eu tenho uma linha de financiamento
Business as Usual e a outra que é climática
Qual é o diferencial entre elas?
Taxa de juros?
Payback?
E o tempo para pagar, Como é que vai ser?
Porque se for tudo a mesma coisa
aí eu tenho um problema, porque se eu não conseguir diferenciar
para ter uma atratividade fica complicado.
Então
eu enxergo que
os financiadores, os bancos privados, os bancos nacionais
de desenvolvimento, BNDS vão ter que mergulhar nessa agenda
e ver efetivamente como vão rotular linhas
com alguns diferenciais para estimular essa transição.
E aí mais um papel descentralizado do Brasil, o Plano Clima, que é o plano
que vai trazer as metas setoriais para depois poder ter ainda,
ele tem que dar orientação
para o país, para o mercado de
é para cá que a gente está indo.
Por que, é que eu preciso de financiamento.
O governo não vai financiar tudo isso.
Isso está evidente.
Então, o próprio plano, o clima e a nova NDC
precisam jogar essa luz para para orientar os investidores,
o que é desejável para o país.
E aí tem vários projetos de lei caminhando
e o Ministério
da Fazenda tentando trabalhar lá com a taxonomia.
E mais,
acho que ainda tem várias coisas que precisam ser aprimoradas nesse trabalho
para que a gente possa efetivamente forçar esse
cada vez mais, essa transição baseado nessa lei, o que é
esperar que o governo vai financiar tudo isso é utopia né
Com certeza, pelo que tudo o que a gente já conversou aqui, esse.
Esse processo de aceleração da descarbonização, ela é urgente.
De fato.
Eu acho que a gente já falou bastante aqui,
foi bem didático ao longo da nossa conversa.
Queria ver com o Barral se ele tem mais alguma pergunta.
Foi excelente.
Eu gostei das advertências que foram feitas
e que no momento crucial, como você mencionou,
acho que a reunião da COP do ano que vem
vai ou deixar o Brasil de fato como um protagonista fundamental
que os avançoes tem obtido ou vai nos alienar muito nesse processo.
É isso aí gente.
Desculpa, pode falar não,
só fazer um comentário a COP no Brasil no ano que vem, além
de que permitir entender qual é a missão global
dos países para 2031 e 2035
e a missão do Brasil também, mas que todos os países
Marca, então assim tem um grande momento nessa COP, que é isso,
entender a ambissão
E não é toda a COP que tem um grande tema assim,
a do Brasil tem isso que é um super assunto,
tem os dez anos do Acordo de Paris que é emblemático, você ter os dez anos
a implementação, e sempre estamos aquém do que precisaríamos.
Mas temos a nova ambição.
A trigésima Conferência das Partes
e também o momento de 2025 ser o fechamento do primeiro ciclo
de cinco anos de implementação de MDC do Brasil e dos outros países.
Então a gente vai estar.
Vai ter muita coisa acontecendo e
eu vou falar uma coisa que
talvez seja, eu espero não ser mal interpretado.
Eu acho que a gente tem que ser protagonista,
mas pragmaticamente,
o protagonismo por si só, ele,
para mim são balões que a gente solta e depois vai embora e acabou.
Eu acho que a gente tem que ajudar a transformar
economia, ter financiamento cada vez mais sustentável
e ter dimensão energética na agropecuária, conservar a floresta,
fazer projeto Redd+, que possa até gerar offset, mas
assim, vamos
construir uma agenda de transformação
com base na pauta climática e não de metas que depois não decola,
não dê para fazer a própria pauta de restauração de vegetação nativa.
Tá meio assim.
Eu pela pela idade de envolvimento,
pela idade e pelo envolvimento na agenda, a muitos anos
Acho que a gente tem que ser
propositivo, mas tem que se estruturar para cumprir o que está propondo.
Então acho que a gente tem uma oportunidade enorme na mão na Copa,
no Brasil de mostrar uma cesta de soluções climáticas
que vão muito além da floresta e que precisa ser uma cesta.
Nenhum país tem uma solução única e acabou.
Está resolvido.
E se a gente não fizer isso, a gente perde a chance de capitalizar,
inclusive as condições de financiamento.
Vale lembrar que a COP de Dubai ano passado
movimentou quase 80 bilhões de dólares de financiamento.
Maior parte desse dinheiro privado
para fortalecer a economia, e a empréstimo.
Só os Emirados Árabes criaram um fundo chamado Alterra, de 30 bilhões de dólares
para financiar projetos de inovação, transição energética e desenvolvimento.
Então, será que a gente consegue se movimentar
com essa visão econômica e ambiental e não só ambiental?
Porque se for só ambiental, acho que a gente não vai muito longe.
Essa minha
mensagem final queria agradecer muito o convite.
É um prazer conversar com vocês.
Obrigada, Rodrigo.
Eu acho que a gente vai precisar de
mais alguns radares Comex aqui para a gente
complementar, porque é um tema super importante
que com certeza a gente vai precisar
falar novamente sobre isso.
Eu fico a disposição, é um prazer.
Muito obrigada, viu?
E a gente vai,
a gente vai chegando ao fim aqui de mais uma edição do nosso Radar Comex.
Eu gostaria de agradecer, agradecer sempre os claros e pertinentes
comentários do Barral e meu agradecimento especial
também ao tempo dispensado para esse nosso bate papo do Rodrigo.
Obrigada, viu pessoal!
Muito obrigado a todos.
Obrigado Cris, Obrigado Barral.
Um abraço..
Um abraço.
We recommend upgrading to the latest Chrome, Firefox, Safari, or Edge.
Please check your internet connection and refresh the page. You might also try disabling any ad blockers.
You can visit our support center if you're having problems.